quarta-feira, 6 de julho de 2011

"Trilogia" Alceu Garcia

Alguns textos têm a incrível capacidade de concatenar e esclarecer conceitos os quais já conhecíamos mas que estavam um tanto desconexos. Esse é o grande valor dos três artigos abaixo, cuja lavra é de Alceu Garcia (pseudônimo de Pedro Mayall Guilayn). Os trabalhos foram publicados no início da década passada.

Os créditos dessas valiosas recomendações vão para Lucas Mendes, editor do blog Austríaco. Nossos sinceros agradecimentos.

A teoria econômica de Lord Keynes e a ideologia triunfante do nosso tempo
A obra teórica de Keynes foi na verdade anti-teórica. Seu objetivo era nada mais, nada menos do que demolir a ciência econômica como tal e substituí-la por um simulacro de ciência. Esse fôra o desejo de muitos pensadores socialistas antes de Keynes. Como Arthur Marget observou, Proudhon, Marx, Veblen, Schmoller, Henry George, Hobson e suas respectivas escolas haviam atacado violentamente a economia, mas todos fracassaram sobretudo por serem outsiders. Keynes, ao contrário, estava muito bem situado dentro da cidadela mesma da economia e por isso sua investida foi bem sucedida. Keynes foi um presente de grego dos fabianos para a ciência econômica, um cavalo de tróia introduzido no coração da fortaleza. Seu trabalho subsequente foi o de abrir os portões para as hordas fabianas ocuparem o terreno.

Concorrência, monopólio e estado
Concorrência na economia não é um esporte com jogadores em condições de igualdade; é um processo no qual os ganhadores não são os concorrentes e sim os consumidores. É o interesse destes que deve ser privilegiado, não o dos produtores. Por outro lado, se a entrada num determinado mercado exige recursos vultosos, isso tem o mérito de desencorajar amadores e diletantes, pois entregar recursos escassos a produtores ineficientes significa desperdiçá-los.

A Escola Austríaca e a refutação cabal do socialismo
Pois um discípulo de Bohm-Bawerk, Ludwig von Mises, foi mais além, atingindo a raiz do problema do socialismo, que é ainda mais profunda do que a complicação dos incentivos permite vislumbrar. Mises descobriu que a atividade econômica em uma economia complexa depende de um cálculo prévio que leve em conta os preços monetários dos fatores de produção. Impossível esse cálculo, impossível a atividade econômica. Ocorre que, numa sociedade socialista pura, todos os fatores de produção pertencem a um único dono: o Estado. Sem propriedade privada os fatores não são trocados e, logo, não têm preço. A escassez relativa dos fatores de produção e seus usos alternativos fica oculta e o planejador central inexoravelmente é levado a agir às cegas.

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